segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Dynamo Kyev - Benfica: A surpreendente cidade de Kyi, Shchek, Khoryv e Lybid - Episódio (II)





O dia do jogo voltou a começar cedo. Havia mais uma volta para dar pela cidade que tanto nos tinha surpreendido na véspera!


Pequeno almoço tomado e dois de nós arrancámos novamente a pé. Uma íngreme subida em direcção à Casa das Químeras. A casa das Químeras é um edifício governamental cuja visibilidade está agora reduzida, o que é pena tratando-se de um dos edificios ex libris da cidade, contrapondo com todos os edifícios soviéticos que há na cidade.


Após as fotos possíveis, seguimos em direcção à Praça da Independência, onde já haviamos estado na véspera, pois era a partir daí que tinhamos um itinerário para visitar nesse dia. Após algumas fotos na Praça da Independência, tiradas em frente ao imponente Hotel Ukraine.






Da Praça da Independência, arrancámos rumo ao Monumento a Vladimir. Trata-se de uma estátua imponente, num miradouro junto ao rio, que se encontra algo degradada, pintada de vermelho, seguindo daí para o Mosteiro de St Michael. O Mosteiro de St Michael caracteriza-se por todas as cúpulas douradas. É extremamente imponente devido a isso pois, acreditem, não são apenas duas ou três. São mesmo muitas...



Após umas quantas fotos em frente à entrada principal do Mosteiro, e com outro mosteiro (o de Santa Sophia) à vista, fizemos um pequeno desvio para, pelo meio, irmos ver a Igreja de St Andrews. Numa praça junto a esta Igreja, em obras, encontrava-se um mercado de rua. Mas não era um mercado qualquer... Além dos ímans comprados, e da colectanea de cachecóis de clubes ucranianos que trouxe, havia para venda um tremendo espólio de relíquias do III Reich e da II Guerra Mundial. Mas relíquias originais! Algo que contado ninguém acredita, só mesmo visto. Se na véspera tinhamos estado num museu, ali estávamos literalmente noutro.

Após mais de meia hora a vermos todas a bancas da pequena feira, lá seguimos em direcçao ao Mosteiro de Santa Sophia. Também conhecido, mas não tanto como o Lavra, lá tirámos mais umas fotos antes de seguirmos em direcção à Golden Gate. A Golden Gate é a única porta que sobra da muralha da cidade. Não está no entanto intacta, e já foi submetida a obras de recuperação, o que levaram a algumas alterações em relação à original. É possível entrar na porta e subir à mesma, algo que não fizemos pois, a hora permitia que ainda fossemos ver a Opera, e assistir à segunda parte do Benfica na Uefa Youth League.




Golden Gate
Ópera

À chegada ao Estádio Valeriy Lobanovskiy, o Benfica perdia por 1-0. Na  segunda parte ainda houve um golo para cada lado sendo que já perto do final seguimos em direcção ao nosso hotel onde preparámos a ida para o grande jogo.



Dynamo vs SL Benfica - UEFA Youth League 


Assim que as portas abriram, arrancámos rumo ao Estádio em pequenos grupos de 2 ou 3 pessoas. Tudo decorreu tranquilamente e a entrada fez-se bem. No estádio, aí sim tivemos algum frio. Estar parado não ajuda, e à hora do jogo estava 1ºC. O Benfica ganhou 0-2, tendo sido extremamente eficaz e finalmente somou a sua primeira vitória na competição. Foi bom ? Foi óptimo!




Dynamo vs SL Benfica - UEFA Champions League


Após o jogo, esperámos cerca de 15 minutos. Voltámos então para o hotel, dando uma volta maior, como alinhavado antes, para evitar contratempos, e ficámos até às 3 da manhã no bar do hotel à espera do transfer.  Foi nessa altura que descobri que o hotel tinha um bar de strip! De facto em Kyiv vale tudo !



À hora combinada arrancámos então para o aeroporto. Dava-se então o regresso da 23ª viagem ao estrangeiro para ver o Benfica e acabou no sítio do costume. No 3º anel do Estádio da Luz a comer um fantástico Cozido à portuguesa, como se pede às quintas-feiras.



Viva o Benfica!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Dynamo Kyev - Benfica: A surpreendente cidade de Kyi, Shchek, Khoryv e Lybid - Episódio (I)




Desde o sorteio que a expectativa de ir à Ucrânia ficou criada. Por ser um país novo para mim nestas andanças, mas também porque não era um ambiente de passeio puro o que nos dá sempre alguma adrenalina. Quanto à cidade em si, confesso que numa fase inicial não me despoletava particular interesse. E felizmente digo que não poderia estar mais enganado!

A logística da viagem iniciou-se de imediato: desde logo marcámos a ida para segunda e o regresso quinta-feira logo pela manhã para assim termos 2 dias e meio para visitar a cidade e dada a hora do voo de regresso evitávamos pagar a estadia da última noite pois seria despropositado. O visto não era uma preocupação por não ser necessário, e o hotel também não demorou muito a ficar tratado, tal como o transfer, tendo ficado instalado nas traseiras do estádio. O que nos restava fazer era aguardar até 17 de Novembro, dia da partida.

E assim foi, às 3 da manhã de dia 17 de Outubro deu-se o acordar. Tudo estava pronto para levar, foi tomar o pequeno almoço, sair perto das 4 da manhã, apanhar dois companheiros destas lides e seguir para o aeroporto, onde mais pessoal se juntou, para então seguirmos para Munique e daí para Kyev.
O voo para Munique decorreu em modo zombie, e lá chegados surgiu o primeiro contratempo: o voo de Munique para Kyev estava uma hora atrasado o que nos impediu de fazer a primeira coisa que queriamos fazer: visitar o Estádio Olímpico. Íamos chegar depois da hora da última visita e nos restantes dias já não seria possível devido ao jogo. O voo acabou no entanto por correr normalmente, e à chegada o nosso transfer aguardava-nos para uma viagem de 25-30 minutos até ao hotel onde rapidamente nos instalamos, apesar de algumas dificuldades de comunicação, uma constante em países da antiga União Soviética.

À chegada ao quarto confirmámos que as imagens de que o Estádio era mesmo junto ao hotel não eram falsas... Era mesmo como se segue.



Apesar de já passar das 17:00, hora da última visita ao estádio, dirigimo-nos lá na mesma para assim poder fazer um reconhecimento da zona, entender como deveríamos ir para o estádio no dia do jogo, e identificar a nossa porta. Tudo correu a preceito, tendo aproveitado ainda para visitar a loja do clube comprando o habitual cachecol do jogo e visitar o mini-museu do clube cujo acesso é também feito através da loja. O mini-museu é uma sala larga com alguns dos troféus do clube, e 3 personalidades em destaque: Andrej Shevchenko, Oleg Blohkin e o Lobo Valeriy Lobanovskyi. 


Museu Dynamo Kyev
Após sair do Estádio, regressamos ao hotel para deixar as compras e fomos em busca dum restaurante para jantar. Por sugestão minha, que fiquei fã de comida Georgiana, dirigimo-nos ao Mana Manana, nº17 da cidade segundo o Tripadvisor. Lá chegados, estava cheio e avisaram-nos que no próprio dia seria impossível. Fomos então à procura de outro do género, e bem perto encontrámos o Pervak, nº4 na mesma escala. Um Bentley à porta fez-nos temer o pior sobre o preço, mas os receios vieram-se a revelar infundados.
Tratava-se de um restaurante típico, com uma decoração muito própria bem como a indumentária de quem serve às mesas. Tudo impecável! Muita comida, muita bebida, uma barriga completamente cheia e no fim... 14€ de conta. Fantástico!

Pervak

Após o jantar, dirigimo-nos para o Coyote Ugly, o bar da famosa cadeia que ficou conhecida pelo filme, a qual já tínhamos visitado em São Petersburgo. A habitual garrafa de vodka a preço convidativo e não demasiado tarde acabei por recolher ao hotel. Os planos para o dia seguinte requeriam muita caminhada e o descanso seria fulcral.

Coyote Ugly

Praça da Independência
Estádio Valeriy Lobanovskyi
Pela manhã e já com o pequeno almoço tomado, arrancámos a caminhada rumo à Praça da Independência. Seguimos apenas 3, pois a noite da véspera havia feito 3 baixas: 2 continuavam a dormir, enquanto a terceira revelava um baixo teor de açúcar no sangue. Ao fim de meia hora a caminhar, chegámos à monumental praça, que tínhamos na memória devido aos confrontos de 2014. Agora, toda arranjada, é belíssima e imponente! Daí seguímos para o Estádio Dynamo Kyev, agora chamado Valeriy Lobanovskyi. Não foi possível entrar mas aproveitámos para tirar fotos à estátua do Lobo, bem como ao portal de entrada, no qual também ocorreram incidentes gravíssimos, com alguns mortos nos acontecimentos de 2014. A vantagem de Kyev é que é fácil fazer um itinerário e sectorizar as áreas a visitar. Assim sendo, logo ali ao lado dirigimo-nos ao grande arco da amizade. Este arco, num largo com vista para o rio Dnepr, simboliza a amizade entre Russos e Ucranianos. Por baixo do mesmo encontram-se duas estátuas gigantes: uma com dois soldados (um Russo e um Ucraniano e a simbolizar a amizade entre países), e outra a simbolizar um convénio da idade média. Vim a saber à posteriori que o está decidido que o arco será em breve removido pois com é sabido a amizade já não é o que era. 

Grande Arco da Amizade


Após ver a bela vista do miradouro, fomos pela estrada mais próxima do rio em direcção à zona mais a sul da cidade, passando pelo Palácio Mariinsky, ao lado do qual se encontrava um forte contingente militar e em direcção ao Mosteiro do Lavra, um dos grandes ex-libris da cidade, e à porta do qual nos encontraríamos com os dois dorminhocos da manhã. Pelo caminho ainda passámos pelo Monumento do Soldado Desconhecido, e o Memorial do Genocidio Ucraniano Holodomor. Locais simples e impactantes.

Memorial do Soldado Desconhecido
Memorial do Genocídio Holodomor

Mosteiro do Lavra



Chegámos então ao famoso Lavra. As igrejas sucedem-se dentro do Mosteiro, mas a curiosidade era para as famosas grutas. Fomos a uma, no canto oposto do mosteiro e foi algo de muito pouco ortodoxo para nós. Caminhos estreito, altares pelo caminho, no meio da escuridão. Para claustrofóbicos não é recomendado. Apesar de ser o Ex Libris da cidade (dizem...), não foi nem de perto o local que mais gostei. E saídos do Mosteiro, descemos mais um pouco para sul em direcçao à imponente estátua da Motherland, a qual se encontra no museu a céu aberto da grande guerra, onde diversos veículos bélicos são visiveis, bem como diversas esculturas enormes e fantásticas. Por baixo da estátua, aquele que foi para mim o ex libris da cidade: quase a custo zero (mas mesmo quase, nada a ver com o habitualmente assim referido no futebol) encontra-se o museu da grande guerra. Um museu com um espólio fantástico onde nos demorámos um tempo considerável e onde demos por bem gasto o nosso tempo, nem nos lembrando que ao final da tarde ainda nem sequer tínhamos almoçado.




Museu da Grande Guerra


Após a visita ao Museu, seguimos no caminho de regresso para o hotel, tendo apanhado o Metro, e saído no centro comercial perto do hotel, onde comemos qualquer coisa antes de ir descansar um pouco para o hotel. Entretanto chegou mais pessoal nosso, pelo qual esperámos para o jantar. O jantar, esse, seria na outra ponta da cidade enquanto viamos os jogos da Champions: o restaurante nº1 do Tripadvisor, de seu nome Happy Grill. A comida ? Um naco gigante de carne, absolutamente delicioso. O preço final? 21 €. Kyev é assim...

Happy Grill
Já perto da meia-noite, regressámos de metro ao hotel, aproveitando para descansar. Eu ia novamente ter um dia movimentado e em dia de bola há que estar fresquinho.

O dia de jogo, esse, fica para o próximo episódio.

MotherLand

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Born Slippy

~

Chose a club
Chose a passion
Chose a team
Chose to support
Chose to shout
Chose to believe
Chose strength
Chose faith
Chose love
Chose BENFICA!

Na semana em que saiu o trailer oficial do Trainspotting II e em que uma das últimas músicas a tocar no estridente sistema de som do maior rival do Benfica das últimas décadas foi a que dá nome a este post, penso que não poderia começar de outra forma o texto sobre um excelente fim de semana a norte...

Há umas semanas que tudo estava tratado. Saída no sábado de manhã rumo ao Porto com um casal de amigos. 
A chegada ao Porto deu-se por volta das 13:00 onde fomos directos ao Café Santiago comer a local francesinha. Mal sabíamos nós que estávamos a começar um inacreditável roteiro gastronómico. Ao almoço juntaram-se dois grandes amigos nortenhos. Após o saboroso almoço, no qual o empregado superou a prova de fogo para confirmar se era efectivamente braguista como afirmaram, os amigos seguiram para Espinho, pois havia voleibol, enquanto nós decidimos fomos tratar do checkin num confortável apartamento perto da Sé (ao qual não vou fazer publicidade para não estar ocupado quando lá voltar). Checkin feito e fomos aproveitar a tarde... 
São Bento, Aliados, Clérigos, Livraria Lello e o Frappé da sorte no Café Costa para garantir a alegria do dia seguinte.



Seguimos então novamente para a zona do Coliseu onde começou o roteiro nocturno que nos haviam sugerido. No fumdo tinham dito: "Vão jantar aos Cachorrinhos nos Poveiros, ou à Casa Guedes comer uma sandes de pernil com queijo da serra, ou então ainda podem ir aos pregos do Venham mais 5". Não nos fizemos de rogados e seguimos então até aos poveiros. E como a escolha não era a mais fácil, fomos aos 3 sítios recomendados. Uma maravilha! E uma barrigada de comida também onde a minha dieta de meses foi ao ar! Mas nada que não se resolva nos próximos dias.


Após o jantar seguimos até à Praça Dona Filipa de Lencastre para um copo com mais um amigo, após o qual recolhemos a casa, com uma pequena passagem pela Ponte D. Luis para poder ver o Douro, Gaia e a Ribeira à noite...

Na manhã seguinte, um tremendo nevoeiro assolava a zona Ribeirinha do Porto dando-lhe uma aura especial.Logo após a saída do apartamento uma Senhora trazia a indumentária perfeita.



 E seguiu-se um passeio pela Sé e a Ponte, para depois arrancarmos até Serralves para ver o Miró. Lá chegados desistimos tal era a fila. Além da fila, o trânsito na zona estava condicionado devido à Maratona do Porto. Fomos depois deixar o carro a Campanhã, tendo seguido para um almoço de Tricampeões numa zona afastada do Estádio, e voltando a Campanhã para nos juntarmos ao Cortejo.

O Cortejo foi o habitual passeio, com algumas pedras ainda a atingirem alguns dos nossos mas com algumas imagens de tanto BENFICA que há na Cidade do Porto.


Chegada ao Estádio e ínicio do jogo e se a performance no campo não foi a melhor, sobretudo na segunda parte, há que ser claro: fora do relvado foi Tudo Nosso Nada Deles. Contra um estádio que se tornou uma sala de ópera onde, depois dos 80 minutos dum clássico que estão a ganhar, precisam do empurrão do speaker, não se pode pedir muito...
Até que chegou o minuto 92. Golo. BRUAAAAAAAAAAAAAAAAH.

E o estádio ficou vazio, e voltamos então ao fabuloso sistema de som do Dragão que não serviu para anunciar as substituições do Benfica mas serviu para nos fazer vibrar com o grande som do Trainspotting. Porque hoje é dia de ressaca: para eles que deixaram de ganhar o jogo da vida deles, para nós porque ao fim de 10 jogos de Liga, com meia equipa no estaleiro saímos do Dragão com 5 pontos de avanço sobre os segundos classificados.

Porque enquanto o Benfica tiver o Seu Povo, estará sempre mais perto de ganhar. Porque para nós é muito simples. Nada nem ninguém é maior que o Benfica e acima de Nós, Ninguém! E foi por isso que fomos com Tudo!





VIVA O SPORT LISBOA E BENFICA!!!

P.S. Sei que estou em falta! Kyev sai esta semana :)