Após mais de uma década a acompanhar o Benfica pela Europa,
deu-me para começar a escrever sobre as viagens que fiz atrás do clube,
nacionais e internacionais.
A primeira deslocação ao estrangeiro ocorreu no verão de
2003. O Benfica estava fora da europa há 2 épocas, e as últimas duas
eliminatórias europeias disputadas estavam longe de ser brilhantes, muito pelo
contrário: Celta e Halmstadt. Preparávamo-nos para defrontar a, na altura,
poderosa Lazio na pré eliminatória de acesso à Champions. O regresso do Benfica
à Europa dava-se na Cidade Eterna, a cidade que tem as cores de Lisboa, a
cidade que, tal como Lisboa, foi construída sob 7 colinas.
Com antecedência se programou: íriamos de carrinha, com
paragens em Barcelona, Marselha, Mónaco, Turim, Pisa, Florença se possível e
finalmente Roma.
Na noite de Domingo para segunda-feira dia 11 de Agosto do
longínquo ano de 2003, lá arrancámos em duas carrinhas rumo à cidade eterna, tendo antes de atravessar a fronteira comprado uma das famosas cassetes Benfica Mix que continham sucessos como "O Joelho do Eusébio", que seria a nossa banda sonora durante a viagem. O
amanhecer foi passado a atravessar Madrid e daí seguindo rumo a Barcelona, onde
se pretendia almoçar, objectivo não conseguido.
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Benfica Mix - Os Hits da Viagem |
A chegada a Monte Carlo deu-se já de noite. Atravessar o
túnel do Grande Prémio para nosso gáudio e eis que a luz da reserva se liga.
Pensamento imediato: “aqui a gota não é barata com certeza. Vamos mas é voltar
à Auto Estrada”. Dito e feito e lá arrancámos nós rumo a Turim que havia malta
a querer ir à Campione.
Chegados a Turim ainda antes do amanhecer, tempo para dormitar um pouco até a loja abrir. No entanto planos gorados: a loja estava fechada para férias. Era então tempo para nos fazermos à estrada rumo à cidade da Torre mais inclinada que alguma vez vi.
Lá chegados, rapidamente fomos para a Praça da Torre, e confirmámos que está, efectivamente, torta. Confirmámos igualmente que em Pisa não existe de facto mais nada. Ir lá só mesmo para ver a Torre. Aproveitámos no entanto para ir espreitar o Estadio Comunale, a míseros 200 metros, se tanto, da praça da Torre. Um estádio à moda antiga com uma entrada de sector visitante extemamente degradada e um belo graffiti a spray "Welcome to Hell"
Entrada para o Sector Visitante no Estádio de Pisa |
No regresso do Estádio chegavam as más notícias: problemas na outra carrinha impediam-nos de seguir viagem de imediato, e a passagem por Florença ficava desde já colocada de parte. Entretanto havia já um barulho na nossa carrinha igualmente que não aparentava, à altura, grande gravidade. Ficámos então à espera de novidades no Mac da Estação dos Comboios em Pisa.
Com mais de um par de horas de atraso seguimos então viagem rumo á Cidade Eterna, onde amigos Romanos nos aguardavam para jantar. O cansaço já ia tomando conta do pessoal e os quilómetros até Roma já custavam. Mas já bem de noite, mas ainda a horas de jantar, lá chegámos a Roma, não sem assim que entrámos em Roma, eu, enquanto condutor, ter percebido que as estradas italianas são sempre uma aventura: uma moto em sentido contrário.
Após o jantar, alguns ficaram a dormir na carrinha, outros, eu incluído, optámos por dormir algumas horinhas num hotel, pois o dia seguinte seria aproveitado para visitar a cidade, e à noite seguir para o jogo!