sábado, 19 de setembro de 2015

Lazio vs Benfica - Agosto 2003: A estreia no estrangeiro! (Parte II)

Após umas poucas mas reconfortantes e necessárias horas de sono, o acordar e seguir desde cedo para o centro da Cidade Eterna.

Chegados à zona do Coliseu, estacionada a carrinha seguiram-se várias horas a pé, sempre a caminhar pela Cidade que mais vontade tinha de conhecer. Horas e horas a andar com um calor sufocante, se levantássemos uma pedra descobríamos mais um pedaço de história numa capital onde tudo, mas mesmo tudo tem história. Ficou ainda maior o fascínio por uma cidade onde, infelizmente, não voltei a ter oportunidade de voltar, mas vontade não falta. Fica no entanto o alerta, ir lá em Agosto não é a melhor ideia, não só pelo calor mas pelas férias. Está muita coisa fechada.

A meio da tarde, foi altura de regressar à carrinha para nos dirigirmos para o parque Villa Borghese. Era aí que íamos deixar o carro para seguir de autocarro para o Estádio Olímpico. O mítico estádio olímpico, onde não ficaríamos na Curva Sud, mas na Distinti Sud. E assim foi...

Já a chegar ao estádio, chegada apoteótica. As ruas cheias, sentíamo-nos odiados pelos laziales. Alguns adereços da AS Roma exibidos por adeptos do Benfica ainda exaltavam mais o rancor que nos era mostrado, mas nada aconteceu e a entrada no estádio deu-se da melhor maneira. Lá dentro, bem... lá dentro... Que estádio, que imensidão... que sonho! Ia ver o Benfica no estrangeiro, no regresso à Europa, no estádio que mais sonhava fazê-lo! Eu e mais uma a duas centenas de Benfiquistas, perante uma Lazio, num estádio onde, em pleno Agosto, a temperatura rondava os 35 graus ao final da tarde.
Os Benfiquistas presentes apoiaram do principio ao fim, a uma só voz. O resultado não foi o mais desejado e uma derrota por 1-3 comprometia a entrada na Champions, e a segunda mão acabaria por confirmar que o nosso destino era a Taça Uefa. Mas ficou a imagem: do estádio, dos Benfiquistas, das suas tochas e da sua paixão.



À saída do estádio, alguns italianos aguardavam os adeptos do Benfica que saíam de forma isolada para tentarem levar alguns souvenirs para casa, tendo isso levado a que chamássemos um taxi para nos levar de volta à Villa Borghese de onde arrancaríamos de volta a Lisboa, não sem antes nos despedirmos dos amigos Italianos que tão bem nos tinham recebido na véspera.
Arrancámos então rumo à Autoestrada, tendo parado para dormitar numa área de serviço da qual partimos ao raiar do dia, sempre a andar rumo a Marselha, onde resolvemos ir a uma oficina tentar saber o que era um barulho no carro que nos apoquentava desde a viagem de ida: a carrinha estava praticamente sem travões, a oficina já estava fechada e nós tinhamos de entregar a carrinha no dia seguinte. Perguntei ao senhor se aquilo ainda aguentava 1000 km. Respondeu-me que até 2000. Foi o que chegou. Dali partimos e foi sempre a andar até Lisboa onde chegámos na manhã seguinte. Tristes com o resultado, felizes com uma aventura que nunca mais esqueceriamos e que muitas mais vezes quereríamos repetir.

Benfica I Will Follow.