terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

113 anos de Benfica!

28 de Fevereiro de 2017. Já lá vão 113 desde que um grupo de jovens se juntou na Farmácia Franco para concretizar a melhor ideia de sempre. Porque foi disso que se tratou: duma ideia! Uma ideia humilde, mas ambiciosa. Uma ideia que sempre se guiou por um sentimento: o amor!
O Benfica, que cedo de tornou Glorioso, o clube do povo, nasceu, sobreviveu, cresceu e des nvolveu-se fruto do amor dos seus. Um amor que permitiu engrandecer-se mesmo quando não tinha casa própria, um amor que permitiu reunir fundos para ter finalmente um Estádio. Um amor que permitiu conquistar a Europa. Um amor que dura ainda hoje... um amor que não terminará nunca.
Mas agora que penso nisso, não foi só amor, não... houve também muita coragem. Muita coragem. Coragem para se tornar Sport Lisboa e Benfica. Coragem para andar sempre com a casa às costas. Coragem para mudar o paradigma e enveredar pelo profissionalismo. Coragem para sobreviver ao Estado Novo. Coragem para nunca ser a favor do sistema mas sim fazer com que o sistema tivesse de se aproveitar do Benfica.
Só um clube como o nosso construiria por si só a Velha Catedral. Só um clube como que nosso levaria a um discurso como o de Fialho Gouveia na inauguração da Nova Luz. Só um clube como o nosso justificaria o "VIVA O BENFICA!!!" de José Augusto. Só um clube como o nosso originária um discurso como o de Mário Wilson. Só um clube como o nosso mostraria ao mundo craques como Chalana que fazem craques como Futre ajoelharem-se sem rodeios.
E já que falei há pouco no Velho Capitão (que saudades! Que saudades...), deixem-me citá-lo e dizer-vos que vocês não imaginam. Não imaginam, não! Não podem imaginar! Não imaginam o que é ir a Turim e ver tudo o que nós vimos. Não imaginam o que é ir ao Reino Unido e dizer a palavra "Benfica".  Não imaginam o que é ir a qualquer lado do mundo e ver olhos a brilhar sempre que dizemos o nosso nome, Sport Lisboa e Benfica. Também não imaginam o que é crescer na segunda metade da década de 90 e cá continuar. Não imaginam o que é chumbar propostas de fechos de Modalidades em Assembleia Geral por isso se contra o propósito de ser Benfica, um clube onde nunca há Modalidades a mais, quanto muito há Modalidades a menos. Não imaginam o que é ser anti lobbies e por isso votar contra, e chumbar, propostas de galardões máximos a quem nunca fez nada pelo clube. Não imaginam porque no nosso clube vive-se por amor ao próprio.
Mas há uma explicacao: só nós sentimos assim. Porque desde 1904 que E Pluribus Unum não é apenas um lema, mas sim um modo de vida.

Amo-Te Benfica!

Parabéns a todos nós que somos o SPORT LISBOA E BENFICA.

VIVA O BENFICA!!!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

More Than a Feeling



Depois duma épica vitória em Braga, podia falar de roubos, de árbitros, de sistema, de todo o ruído que há no desporto em Portugal. Mas não... Não sou nem nunca fui assim. Prefiro falar do que vale a pena, do clube e não dos outros!

Imaginem viver quase 30 anos perto do Estádio da vossa vida.
Imaginem ao longo desses quase 30 anos ir constantemente ver o vosso clube.
Imaginem que nos últimos meses, diria anos, fossem quase diariamente ao Estádio seja ter com amigos, ver futebol ou aos pavilhões acompanhar modalidades.
Imaginem que de repente ficam longe de tudo.
Imaginem que de repente ficavam longe de todos.
Imaginem que nos últimos 2 meses a vossa vida se reduz a acordar, trabalhar, voltar para casa.
Imaginem que fazem 300 km a um sábado para ver a equipa feminina de hóquei em Patins carimbar o acesso à final 4 da Liga europeia de Hóquei em Patins para poder estar perto do SL Benfica.
Imaginem que passam um dia com um stress inacreditável por causa de 90 minutos que vão acompanhar na TV.
Imaginem que acompanham um jogo fulcral na Pedreira, com um nervosismo que não se recordam de ter.
Imaginem que quando um grego com ar mitológico marca o golo da vitória têm uma descarga de adrenalina tão grande que até as lágrimas vos enchem os olhos.
Imaginem que mesmo assim continuam com o coração apertado toda a noite pelo que sentiram ao longo do dia.
Imaginem que a adrenalina e o aperto continuam tão grandes que mal dormem.


Não precisam de imaginar. É o Sport Lisboa e Benfica.


1904



Rumo ao 36! Vamos fazer o que ainda não foi feito.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

PAOK vs SL Benfica: Toumba, um inferno a céu aberto?

Toumba na entrada das equipas

Dezembro de 2013. O Benfica havia sido eliminado, novamente, da Champions ao ficar no terceiro lugar do seu grupo, sendo reencaminhado para a Liga Europa, prova na qual já havia sido finalista na época anterior. O sorteio ditava uma segunda ida à Grécia  na mesma época, mas desta feita, não seria a capital Atenas (viagem que fica para outro post), mas sim Salónica.

Após alguma pesquisa acabou por se marcar um voo via Munique, o qual permitia ainda uma visita à cidade durante a escala, e acabámos por achar um hotel aparentemente agradável numa zona central da cidade. A viagem prometia, e estávamos ansiosos. Restava aguardar que Fevereiro chegasse...

Foi então a 22 de Fevereiro de 2014 que nos juntámos no aeroporto, onde apanharíamos o voo rumo a Munique. O voo, numa altura em que a Lufthansa não andava em greves constantemente, correu tranquilamente, sem qualquer percalço, e chegados a Munique, face à escala de várias horas que nos aguradava, não hesitámos em ir passear ao centro da cidade. Munique fica a menos de meia hora de transportes do aeroporto o que permite esta facilidade.

Apanhámos então o S-Bahn até München Karlsplatz, onde partimos então em direcção a Marienplatz, praça onde se encontra a majestosa Catedaral. Pelo caminho, paragem obrigatória na loja do Bayern e, claro, numa livraria local onde acabei por comprar uma pérola.



Munique
A 100 metros da Marienplatz, acabámos por encontrar o Biergarten Am Viktualienmarkt. Tratava-se de uma zona de bancas de comida bancas de toda a comida local, e cerveja, claro, onde aproveitámos para almoçar:Hot Dogs, Porc ribs e claro, cerveja!


Após o almoço fomos dar uma volta pelos arredores da Marienplatz, onde acabámos de descobrir uma loja revendedora da COPA que haveria de me dar jeito uns anos mais tarde. Tirámos também as fotos da praxe, nos locais mais óbvios, e acabámos por regressar ao local do almoço para mais umas cervejas, antes de regressarmos ao aeroporto, onde uma roulote que já frisei noutras crónicas nos aguardava, antes de embarcarmos finalmente. Na viagem de regresso ao aeroporto, um de nós acabou por ter algumas dificuldades pois a mesma pareceu-lhe durar horas, tal era o aperto da bexiga.



O voo para Salónica, onde aterrámos com um nevoeiro intenso, tendo saído rapidamente do terminal de chegadas para apanhar um táxi (azul...) em direção ao hotel. Rapidamente nos distribuímos por dois táxis, entre o nosso pessoal, e tudo decorria normalmente na viagem de 17 km desde aeroporto, até que de repente o taxista sai da autoestrada (que seguia até à cidade) e entra por um caminho de serra repleto de curvas e árvores. A meio deste trajeto resolve parar o Táxi e fazer uma chamada, durante a qual apenas entendíamos que havia dito o nome do hotel várias vezes. Na verdade não fazíamos a menor ideia do que se passava, mas passado um ou dois minutos, o condutor lá arrancou e passado alguns minutos começámos finalmente a entrar na cidade. Ficou a apreensão e a verdadeira expressão "what the fuck?!?!" de quem ia no táxi.


Após nos instalarmos no Hotel, aproveitámos para dar uma pequena volta pelas redondezas, para nos enquadrarmos, tendo mais tarde regressado ao hotel para descansar.

Na manhã seguinte, véspera de jogo, saímos do Hotel logo pela manhã, tendo-nos dirigido até à marginal, onde caminhámos até à White Tower, o ex libris da cidade, onde aproveitámos para tirar fotos, e subir à mesma. No topo da torre, abordados por jovens que estavam numa aparente visita de estudo, e que com curiosidade nos perguntavam de onde vínhamos, alguém respondeu com toda a naturalidade: "Somália". Os rapazes ficaram espantados.




Após descer da White Tower encaminhámo-nos para o Museu Olímpico de Salónica numa caminhada de perto de 2 quilómetros, tendo passado junto ao Museu da Cultura Bizantina, o qual fiquei com curiosidade de visitar, mas que acabou por não se proporcionar.



O Museu Olímpico de Salónica, fica junto ao estádio onde joga o Iraklis, e não sendo nada por aí além acaba por ter alguns apontamentos interessantes, desde alguns registos olímpicos, a equipamentos oficiais de clubes. No fundo, não é bem um museu sobre os Jogos Olímpicos, mas sim sobre desporto. Os jogos olímpicos acabam por ter um forte peso no mesmo, por estarmos na Grécia. Era inevitável. Após a visita ao museu, optámos por seguir por outro caminho até ao centro da cidade. Nesse caminho passámos junto ao Pavilhão do Iraklis, onde são bem notórias as marcas dos seus adeptos, Passámos depois pelo Fórum Romano de Salónica, já no centro da cidade, tendo depois entrado num mercado antigo onde aproveitámos para almoçar. Após o almoço, enquanto alguns foram descansar para o hotel, visto que a caminhada tinha sido longa, outros dirigimo-nos até ao Museu Judaico de Salónica. À porta deste, além de nos pedirem a identificação para confirmarem a nossa proveniência, ainda aproveitaram para perguntar se Portugal era um país de dinheiro. 





Museu Olímpico de Salónica






Pavilhão do Iraklis


Fórum Romano

Museu Judaico
Visita completa, apesar da proibição de tirar fotografias, e regressámos ao hotel para pegar em algumas coisas pois resolvemos ir assistir ao treino da equipa, até para percebermos como era o Toumba, e como eram os seus arredores. Foi então que confirmámos o que nos tinham dito: o cenário mais semelhante em Portugal, para definir a localização do estádio é Guimarães. Seria um jogo de atenção máxima portanto.



Treino no Toumba
Após o treino, regressámos ao hotel para deixar o material e fomos então jantar a um restauranteperto da zona de bares da cidade. Em qualquer restaurante a conclusão era óbvia: come-se realmente bem em Salónica. 
Já de barriga cheia, demos uma volta pela zona nocturna da cidade. Salónica é sobretudo uma cidade com andamento e animação, porque é uma cidade de forte implementação universitária. Festas de Erasmus, festas temáticas e não só! A noite foi longa e muito animada!


Dia de jogo. Dia de jogo, a tensão aumenta. Ao longo de dia foram chegando mais companheiros dos outros lados da Europa, e acabámos por andar nas imediações do hotel. Era no entanto um dia especial na cidade, e ao longo de todas as ruas havia malta a assar carne e a oferecer a quem passava. Uma tradição local e notável. Iniciava-se o período de Carnaval de Salónica e era essa a razão desses churrascos ao longo de toda a cidade. Após algumas compras de cerveja para aproveitar o sol na varanda de um dos quartos, partimos ao final do dia rumo ao estádio. A chegada decorreu com alguma tranquilidade, e sem qualquer problema, problema esse que apenas chegou com um dos stewards com problemas de autoridade que havia dentro do recinto.

Sanado esse incidente, veio então o jogo que, não sendo nada de especial, permitiu ao Benfica carimbar mais uma vitória no seu longo histórial europeu, e silenciar o inferno do Toumba. Os adeptos locais pareceu-me muito fortes no apoio, mas o estádio acaba por perder esse ambiente por ser um estádio em céu aberto. O cântico inicial das palmas é no entanto, fortíssimo! De notar a forte presença de membros do Partizan de Belgrado junto dos locais fruto da amizade existente entre ambos.


No final da partida, após ficarmos retidos mais de meia hora, abriram-se as portas. Após perguntar a um agente da autoridade o melhor local para apanhar um táxi, apontou para a longa avenida que ia dar ao estádio e para lá seguimos. Assim que metemos um pé nessa avenida, apercebemo-nos que era uma avenida repleta de muitos restaurantes cheios com adeptos vindos do jogo. Fomos então descendo, da forma mais discreta possível, essa avenida, e entrando em táxis que nos levaram para a outra ponta da cidade, para o nosso hotel.



Após deixar o material regressámos ao restaurante da véspera para jantar, e ao bar onde tínhamos estado na véspera. Pelo meio, algum pessoal sérvio andava à procura do pessoal do Benfica, fruto das ligações croatas, mas nada acabou por acontecer. 



Após regressar ao hotel, foi altura de descansar pois na madrugada seguinte iniciou-se o regresso com nova paragem em Munique, mas sem ir ao centro da cidade mas a aproveitar a praça de restauração e a sua maravilhosa "Aeroroulotte" e finalmente o regresso a Lisboa.




Valeu a pena. Mas isso vale sempre! E ficaram ótimas lembranças de Salónica.