Em 1990 vi o Benfica perder uma final europeia, diante do
Milan, em plenos Pirinéus. Era uma viagem da escola, e os locais estavam todos
pelo Milan (eram adeptos, maioritariamente, do Marselha e estavam ressabiados)
tal como os meus colegas adeptos do clube verde e branco. A derrota custou.
23 anos depois, o Benfica voltava a uma final europeia. Eu,
que na meia final tinha ido ao êxtase e quase desmaiado no 3º golo do Benfica
(Obrigado Tacuara!!!) tinha de estar presente. E tinha de estar presente com os
meus. E assim foi.
A logística da viagem não foi fácil e começou com toda a
questão de bilhética que acabou por se resolver. A viagem seria um voo de Faro
para a Alemanha (Koln/Bonn) na manhã do jogo, onde, com aterragem prevista para
as 13:05 locais, levantaríamos um carro alugado no qual seguiríamos para
Amsterdam, onde esperávamos chegar cedo, curtir a Fan Zone, assistir ao jogo.
Após o jogo, o plano era seguir para a Red Light, preferencialmente para
comemorar durante uma hora ou duas, e daí seguir para Bruxelas, no mesmo carro,
onde voaríamos de volta para Faro para então regressar a Lisboa.
Esta semana, muitos se recordarão, não podia ter começado
pior. Tínhamos ido ao Dragão onde um golo aos 91 nos fez perder o campeonato e
havia dúvidas sobre o estado mental da equipa. Mas estávamos prontos para ir à
luta.
Perto das 2 da manhã encontrámo-nos então na Luz e seguimos
em vários carros rumo ao Algarve, tendo a viagem corrido tranquilamente até
Faro onde estacionámos perto do aeroporto e nos encaminhámos para o terminal.
Aí começaram os problemas. O voo partiu com um enorme atraso estragando todos
os planos para o dia, e assim que aterrámos na Alemanha foi um vê se te avias.
No nosso caso eramos 5, fomos levantar o carro, e tivemos direito a um Ford
Focus. Eu, com 1,84, era o elemento mais pequeno do grupo de 5. Imaginem o que
foi então a viagem de carro para o jogo…
Entretanto chovia na Alemanha, o que tornou o transito
caótico até à fronteira com a Alemanha e aumento os atrasos mas perto de duas
horas antes da final lá conseguimos chegar à zona envolvente da Amsterdam
Arena, onde encontrámos amigos, e puseram a par da presença da Hope Solo na fan
zone mas não tive oportunidade de a ver. Uma chapa ou outra, uma cervejinha, e
segui para a fila para entrar. Na porta ao meu lado, entrava Toni, o Senhor
Benfica. Achei um bom presságio! Já chegava de azar e ia correr bem.
O meu regresso à Europa 7 anos depois tinha sido duríssimo. Mental e fisicamente duríssimo. Logo quando já sonhávamos com Praga onde se disputaria a Supertaça Europeia. Mas foi esta dureza que fez reavivar um bichinho que me trouxe as fabulosas aventuras que se têm seguido época atrás de época. Sempre com um denominador comum: o Benfica.
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