quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Astana vs SL Benfica: A segunda parte de uma ida e regresso ao fim do mundo.


Após a primeira noite bem dormida da viagem, hora de tomar o pequeno almoço, onde o mais indicado, era mesmo a omelete porque o resto acaba por deixar muito a desejar.

Barriga cheia e, já com 3 reforços vindos de Londres e do Luxemburgo, fizemo-nos à estrada. Mas agora com o trabalho de casa feito, apanhámos o autocarro na paragem mais próxima: o equivalente a 30 cêntimos levou-nos até ao centro da cidade, e poupou-nos uns quantos quilómetros de caminhada.
Após um pequeno passeio pelo centro apenas para ver as vistas, e dadas as ausências da véspera, voltámos a subir à torre e na verdade a vista nunca era de desdenhar, pois em contraponto ao dia anterior, o céu estava fechado. Quando nos preparávamos para descer o elevador, pessoal amigo destas andanças apareceu e pudemos comprovar o fenómeno "Material Benfica": quem tivesse casacos do Benfica fazia sucesso em Astana pois facilmente era confundido com um jogador da equipa. Acontecia sempre!

Chegados cá abaixo encaminhámo-nos para o centro comercial mais próximo para almoçar sem no entanto vários fenómenos deixarem de suceder:
  1. Começava a nevar. Era bonito mas terrível porque agora sim os passeios ficavam efectivamente escorregadios e cada passo era um perigo autêntico.
  2. Ainda estávamos junto à torre quando fomos abordado por dois locais que perguntavam se éramos adeptos do Benfica. À resposta afirmativa corresponderam com o desejo de tirarem então uma foto connosco. Satisfeito concedido, obviamente. 

Lá nos dirigimos então para um centro comercial onde a própria escolha alimentar não era a mais fácil: em muitos locais não havia qualquer tradução sobre o que era a comida e tinhamos de tentar adivinhar. Valia que no interior era a garantia de não haver frio. Foi também neste centro comercial que pudemos constatar que a dificuldade em encontrar uma caixa multibanco na véspera se deu ao facto de não termos entrado em zonas comerciais, praticamente: ali eram às dezenas.

Após o almoço continuámos a nossa caminhada no eixo-central da cidade que ligava a Torre ao principal centro comercial. Enquanto um dos nossos continuava a imitar as pistas de snowboard e a, por vezes acabar no chão, a boa disposição continuava. O frio não fazia mossa. No entanto pouco havia a visitar. Já a meio caminho encontrámos um restaurante onde contávamos ir jantar após o jogo mas dificilmente encontraríamos o mesmo aberto e haveria sempre dificuldade em regressar ao hotel pois após o jogo já não haveria autocarros para a zona onde estávamos albergados, quanto mais depos de jantar.




Aproveitando a famosa placa I Love Astana ainda tirámos algumas fotografias, e ao lado da qual estava uma estátua em bronze onde tirei uma das minhas fotos preferidas em Tours europeias, e fomos então para a zona do calor, isto é para o Centro Comercial principal da cidade. O primeiro local onde nos dirigimos foi ao último piso para irmos ao Khan Shatyr. O Khan Shatyr é uma praia interior, localizada no ultimo piso do Centro Comercial com o mesmo nome. A entrada era caríssima e resolvemos então que a melhor forma de passar o tempo, até irmos para o estádio era ficar ali a beber umas fresquinhas. E assim foi durante 2 horas.

Quando faltavam sensivelmente três horas para o jogo iniciámos a nossa caminhada de 3500 metros que tínamos até à Astana Arena. Acham pouco? Compreendo. Mas imaginem 3500 metros em que os pés têm de ir a rastejar, para evitar quedas, e com a cerveja ingerida a ter, constantemente de ser despejada... Pois... 

Já a menos de 500 metros do estádio aconteceu. O pé direito fugiu-me. Voei, dei meia pirueta no ar e... PUM ! Chão, corpo e testa. Como me caí, levantei-me com o ar mais natural do mundo. Ar de espanto nos locais ? Nenhum. Se calhar as quedas são comuns por ali, apesar de não ter visto nenhuma.

Seguimos então para os últimos metros, e junto ao estádio, moderníssimo, reparámos que havia tambem dois enormes pavilhões e um velódromo. Infra estruturas de elevadíssimo quilate não faltavam!


Chegados ao estádio, procurámos a porta e entrámos. A porta era algo com pouco sentido pois após entrar podíamos contornar todo o Estádio por dentro, sem qualquer impedimento físico para o mesmo. E foi assim que nos dirigimos ao canto oposto para comprar cachecol de clube, visto que do jogo, infelizmente, já tinham esgotado.
Voltámos então para o sector que nos estava destinado, e onde teríamos a companhia de mais de uma centena de Benfiquistas. Se a este número somássemos os que acompanharam a Benfica Viagens, ficamos com a noção da grandeza do Benfica. No fim do mundo e perto de 200 adeptos é algo de absolutamente memorável e poucos clubes no mundo o fariam. Nós fizemos.


Sobre o jogo não há muito a dizer. Começámos mal. Miseravelmente mal e vimo-nos a perder por 2-0, o que nos deixou loucos. Mas um bis de Raul, com um golo em cada parte, permitiu-nos alcançar um empate fundamental no apuramento, o qual acabou por nos saber a pouco pois a 10 minutos do final do mesmo optou-se por defender o resultado.

Após o términus da partida, alguns jogadores agradeceram, tendo dois deles entregue a camisola aos adeptos. Nós fazíamos as contas ao apuramento, que ficaria praticamente selado com o outro jogo dessa noite, no nosso grupo.

Saímos então do estádio, onde nos depedimos dos companheiros que tinham meio próprio de transporte, para iniciarmos a nossa longa caminhada até ao hotel: 9 quilómetros pela frente. O primeiro quilómetro foi feito à conversa com locais que falavam inglês e nos contavam que o filme do Borat havia sido proibido no país. Já perto da torre, com 1/3 do caminho percorrido, ainda pensámos em taxi mas o preço indicado nao foi a contento e seguimos a pé, com uma paragem no Burger King local para jantar. Quando chegámos ao hotel, apenas queríamos descansar, e assim foi. 
Dormir, acordar, tomar o pequeno almoço e apanhar o transfer para o aeroporto, onde chegaríamos à hora de almoço.

O transfer esse, foi sui generis: para 5 pessoas, com malas volumosas, um carro de 5 lugares com o vidro dianteiro fissurado. Top!

Chegados ao aeroporto, passámos o controlo de segurança e conhecemos um escocês, adepto do Dundee United, que acompanha o futebol cazaque. Confesso que me fez despertar a curiosidade de conhecer Almaty. Quem sabe no futuro...Aproveitámos também para gastar o resto da moeda local no free shop.



Separámo-nos então por voos: 3 seguiram para londres, eu e outro para Frankfurt, onde após chegarmos tive direito a boleia até Frankfurt Hahn, onde pernoitei. No dia seguinte, voo para Lisboa onde, por volta das 14:00 aterrei.

5 dias depois. Muitos milhares de quilómetros depois eu estava de volta. E perguntam vocês onde terei ido? Fácil. Tão fácil. Almoçar à Luz!

Depois sim foi tempo de ir para casa!

Esta, meus amigos, modéstia à parte mas fica para a História! E esta ninguem ma tira!

VIVA O BENFICA!

BENFICA I WILL FOLLOW!

1 comentário:

  1. Antes de mais parabéns pelo blogue e da minha parte obrigado pelo relato destas viagens fantásticas em prol do Sport Lisboa e Benfica.
    Só quem sente como nós é que consegue compreender o que é seguir o Benfica para todo o lado contrariando todas as adversidades.
    Esta viagem a Astana é "apenas" a viagem mais longa da historia das competições da UEFA.
    Tudo pelo Benfica, nada do Benfica!!

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