sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Dynamo Kyev - Benfica: A surpreendente cidade de Kyi, Shchek, Khoryv e Lybid - Episódio (I)




Desde o sorteio que a expectativa de ir à Ucrânia ficou criada. Por ser um país novo para mim nestas andanças, mas também porque não era um ambiente de passeio puro o que nos dá sempre alguma adrenalina. Quanto à cidade em si, confesso que numa fase inicial não me despoletava particular interesse. E felizmente digo que não poderia estar mais enganado!

A logística da viagem iniciou-se de imediato: desde logo marcámos a ida para segunda e o regresso quinta-feira logo pela manhã para assim termos 2 dias e meio para visitar a cidade e dada a hora do voo de regresso evitávamos pagar a estadia da última noite pois seria despropositado. O visto não era uma preocupação por não ser necessário, e o hotel também não demorou muito a ficar tratado, tal como o transfer, tendo ficado instalado nas traseiras do estádio. O que nos restava fazer era aguardar até 17 de Novembro, dia da partida.

E assim foi, às 3 da manhã de dia 17 de Outubro deu-se o acordar. Tudo estava pronto para levar, foi tomar o pequeno almoço, sair perto das 4 da manhã, apanhar dois companheiros destas lides e seguir para o aeroporto, onde mais pessoal se juntou, para então seguirmos para Munique e daí para Kyev.
O voo para Munique decorreu em modo zombie, e lá chegados surgiu o primeiro contratempo: o voo de Munique para Kyev estava uma hora atrasado o que nos impediu de fazer a primeira coisa que queriamos fazer: visitar o Estádio Olímpico. Íamos chegar depois da hora da última visita e nos restantes dias já não seria possível devido ao jogo. O voo acabou no entanto por correr normalmente, e à chegada o nosso transfer aguardava-nos para uma viagem de 25-30 minutos até ao hotel onde rapidamente nos instalamos, apesar de algumas dificuldades de comunicação, uma constante em países da antiga União Soviética.

À chegada ao quarto confirmámos que as imagens de que o Estádio era mesmo junto ao hotel não eram falsas... Era mesmo como se segue.



Apesar de já passar das 17:00, hora da última visita ao estádio, dirigimo-nos lá na mesma para assim poder fazer um reconhecimento da zona, entender como deveríamos ir para o estádio no dia do jogo, e identificar a nossa porta. Tudo correu a preceito, tendo aproveitado ainda para visitar a loja do clube comprando o habitual cachecol do jogo e visitar o mini-museu do clube cujo acesso é também feito através da loja. O mini-museu é uma sala larga com alguns dos troféus do clube, e 3 personalidades em destaque: Andrej Shevchenko, Oleg Blohkin e o Lobo Valeriy Lobanovskyi. 


Museu Dynamo Kyev
Após sair do Estádio, regressamos ao hotel para deixar as compras e fomos em busca dum restaurante para jantar. Por sugestão minha, que fiquei fã de comida Georgiana, dirigimo-nos ao Mana Manana, nº17 da cidade segundo o Tripadvisor. Lá chegados, estava cheio e avisaram-nos que no próprio dia seria impossível. Fomos então à procura de outro do género, e bem perto encontrámos o Pervak, nº4 na mesma escala. Um Bentley à porta fez-nos temer o pior sobre o preço, mas os receios vieram-se a revelar infundados.
Tratava-se de um restaurante típico, com uma decoração muito própria bem como a indumentária de quem serve às mesas. Tudo impecável! Muita comida, muita bebida, uma barriga completamente cheia e no fim... 14€ de conta. Fantástico!

Pervak

Após o jantar, dirigimo-nos para o Coyote Ugly, o bar da famosa cadeia que ficou conhecida pelo filme, a qual já tínhamos visitado em São Petersburgo. A habitual garrafa de vodka a preço convidativo e não demasiado tarde acabei por recolher ao hotel. Os planos para o dia seguinte requeriam muita caminhada e o descanso seria fulcral.

Coyote Ugly

Praça da Independência
Estádio Valeriy Lobanovskyi
Pela manhã e já com o pequeno almoço tomado, arrancámos a caminhada rumo à Praça da Independência. Seguimos apenas 3, pois a noite da véspera havia feito 3 baixas: 2 continuavam a dormir, enquanto a terceira revelava um baixo teor de açúcar no sangue. Ao fim de meia hora a caminhar, chegámos à monumental praça, que tínhamos na memória devido aos confrontos de 2014. Agora, toda arranjada, é belíssima e imponente! Daí seguímos para o Estádio Dynamo Kyev, agora chamado Valeriy Lobanovskyi. Não foi possível entrar mas aproveitámos para tirar fotos à estátua do Lobo, bem como ao portal de entrada, no qual também ocorreram incidentes gravíssimos, com alguns mortos nos acontecimentos de 2014. A vantagem de Kyev é que é fácil fazer um itinerário e sectorizar as áreas a visitar. Assim sendo, logo ali ao lado dirigimo-nos ao grande arco da amizade. Este arco, num largo com vista para o rio Dnepr, simboliza a amizade entre Russos e Ucranianos. Por baixo do mesmo encontram-se duas estátuas gigantes: uma com dois soldados (um Russo e um Ucraniano e a simbolizar a amizade entre países), e outra a simbolizar um convénio da idade média. Vim a saber à posteriori que o está decidido que o arco será em breve removido pois com é sabido a amizade já não é o que era. 

Grande Arco da Amizade


Após ver a bela vista do miradouro, fomos pela estrada mais próxima do rio em direcção à zona mais a sul da cidade, passando pelo Palácio Mariinsky, ao lado do qual se encontrava um forte contingente militar e em direcção ao Mosteiro do Lavra, um dos grandes ex-libris da cidade, e à porta do qual nos encontraríamos com os dois dorminhocos da manhã. Pelo caminho ainda passámos pelo Monumento do Soldado Desconhecido, e o Memorial do Genocidio Ucraniano Holodomor. Locais simples e impactantes.

Memorial do Soldado Desconhecido
Memorial do Genocídio Holodomor

Mosteiro do Lavra



Chegámos então ao famoso Lavra. As igrejas sucedem-se dentro do Mosteiro, mas a curiosidade era para as famosas grutas. Fomos a uma, no canto oposto do mosteiro e foi algo de muito pouco ortodoxo para nós. Caminhos estreito, altares pelo caminho, no meio da escuridão. Para claustrofóbicos não é recomendado. Apesar de ser o Ex Libris da cidade (dizem...), não foi nem de perto o local que mais gostei. E saídos do Mosteiro, descemos mais um pouco para sul em direcçao à imponente estátua da Motherland, a qual se encontra no museu a céu aberto da grande guerra, onde diversos veículos bélicos são visiveis, bem como diversas esculturas enormes e fantásticas. Por baixo da estátua, aquele que foi para mim o ex libris da cidade: quase a custo zero (mas mesmo quase, nada a ver com o habitualmente assim referido no futebol) encontra-se o museu da grande guerra. Um museu com um espólio fantástico onde nos demorámos um tempo considerável e onde demos por bem gasto o nosso tempo, nem nos lembrando que ao final da tarde ainda nem sequer tínhamos almoçado.




Museu da Grande Guerra


Após a visita ao Museu, seguimos no caminho de regresso para o hotel, tendo apanhado o Metro, e saído no centro comercial perto do hotel, onde comemos qualquer coisa antes de ir descansar um pouco para o hotel. Entretanto chegou mais pessoal nosso, pelo qual esperámos para o jantar. O jantar, esse, seria na outra ponta da cidade enquanto viamos os jogos da Champions: o restaurante nº1 do Tripadvisor, de seu nome Happy Grill. A comida ? Um naco gigante de carne, absolutamente delicioso. O preço final? 21 €. Kyev é assim...

Happy Grill
Já perto da meia-noite, regressámos de metro ao hotel, aproveitando para descansar. Eu ia novamente ter um dia movimentado e em dia de bola há que estar fresquinho.

O dia de jogo, esse, fica para o próximo episódio.

MotherLand

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